domingo, 10 de outubro de 2010

Willem Kollf


Willem Kolff ( 1911-2009), médico holandês, inventou uma máquina de diálise, ou seja, um aparelho capaz de separar substâncias no estado líquido, filtrando-as através duma membrana que as restantes substâncias não conseguem atravessar.Willem J. Kolff é considerado o Pai dos Órgãos Artificiais. Inventou a máquina de hemodiálise (rim artificial) em 1941 e tratou o primeiro paciente em 1943.Pouco antes da 2ª guerra mundial, Willem Kolff acompanhou a morte lenta de um rapaz de 22 anos com deficiência renal e ficou a pensar que talvez tivesse conseguido salvá-lo, se tivesse encontrado uma forma de remover a ureia do sangue. Em tempos de guerra, teve de improvisar para encontrar os materiais: usou pedaços do motor de um Ford, aproveitou metais de um avião alemão abatido, recolheu latas de sumo de laranja e utilizou papel celofane que envolvia as salsichas.Juntou um cilindro de madeira. Com estes materiais idealizou uma máquinaque utilizava cerca de quarenta metros de tubos de membrana de acetato de celulose enrolada num tambor rotatório, o qual mantinha-se mergulhado em uma bacia contendo a solução de diálise. Uma bureta coletava o sangue do paciente (não havia bomba de sangue), e pela acção da gravidade o impulsionava através da membrana dialisadora. O sangue, depois de purificado, retornava ao corpo do paciente.A história registra quinze pacientes tratados pelo rim artificial antes que um deles sobrevivesse. A primeira sobrevivente foi Sophia Schafstadt, atendida em setembro de 1945, em coma. Após a hemodiálise, a paciente recuperou a conciência e viveu por mais sete anos.

Como acontece o transplante renal


Sem sombra de dúvidas, o transplante renal é, atualmente, o melhor tratamento da insuficiência renal crônica, doença na qual os dois rins perderam completamente sua função. Existem outras formas de tratamento, como a hemodiálise ou a diálise peritonial contínua. Elas são utilizadas ou na espera de um transplante ou então quando não há possibilidade de fazê-lo. As diálises têm vários inconvenientes, pois implicam procedimentos complexos e diários ou realizados ao menos três vezes por semana. Associado a isso, o paciente apresenta uma série de complicações clínicas, como: anemia, hipotensão, retenção líquida, osteoporose, alterações vasculares e peritonite, entre outras.O transplante renal depende sempre de um doador, seja ele um doador vivo ou um cadáver. A tendência natural seria a preferência por doadores cadáveres, já que não estaríamos submetendo uma pessoa sem nenhuma doença a uma cirurgia de grande porte como é a nefrectomia. Isto, no entanto, nem sempre é possível, pois existem grandes filas de espera para transplantes de cadáveres e os pacientes que têm doadores vivos - em geral, parentes - acabam optando por eles.Várias doenças podem levar à insuficiência renal crônica, desde anomalias congênitas até doenças sistêmicas crônicas, como diabetes e hipertensão, passando por glomérulo e imunopatias, sempre acometendo ambos os rins.O transplante renal é um tratamento eficaz na grande maioria das vezes, porém, o paciente e a família devem ficar cientes de que não é uma cirurgia mágica, isenta de complicações e de efeitos colaterais e que, por isso mesmo, vai exigir medicação específica e vigilância estrita pelo resto da vida.Um grande número de exames de rotina tem que ser realizado em ambos os pacientes - o doente e o doador, destacando-se exames de imagem para estudo da integridade do sistema urinário e vascular. Um exame de grande importância é o estudo de histocompatibilidade, que vai permitir uma melhor sobrevida do enxerto e uma menor carga de imunossupressores. É de conhecimento da maioria que um dos maiores problemas do transplante é a rejeição do órgão, obrigando o uso de medicação imunossupressora. Esta rejeição costuma ser inversamente proporcional ao grau de histocompatibilidade.
A rejeição do órgão costuma ser inversamenteproporcional ao grau de histocompatibilidade
Os médicos envolvidos
A equipe de transplante renal é uma equipe multidisciplinar, envolvendo principalmente nefrologistas, urologistas e, em alguns serviços, também um cirurgião vascular. Nos serviços em que este último não participa diretamente, é, no entanto, um colaborador eventual muito importante.Para o sucesso de um transplante renal na sua totalidade, não podemos esquecer a atenção da Enfermagem, do serviço de Fisioterapia e de Nutrição, além dos serviços de Imagem e Laboratório, setores indispensáveis, principalmente no pós-operatório imediato.


A cirurgia do doador


As duas cirurgias (caso de doador vivo) começam quase ao mesmo tempo, em salas próximas ou contíguas, com duas equipes diferentes. No caso do doador, faz-se uma nefrectomia por meio de uma lombotomia, retirando o rim selecionado previamente pelo estudo dos exames de imagens citados anteriormente.Atualmente, alguns serviços já estão realizando nefrectomia laparoscópica no intuito de minimizar a agressão ao doador, porém, com alguns riscos adicionais. Após a retirada do rim, ele é lavado com uma solução especial gelada para retirar todo o sangue e resfriar o órgão.Isto vai permitir uma sobrevida maior das células renais, já que estas são muito sensíveis à isquemia quente. Após o preparo do rim, ele é então levado para a equipe médica que cuida do receptor, e que já está esperando para o implante do enxerto.Nos casos de doador cadáver, o rim é retirado previamente, em outro local; o órgão é, então, lavado e, posteriormente, resfriado e guardado por um certo tempo em recipiente específico para mantê-lo gelado. O tempo ideal de espera do rim de cadáver é de menos de 24 horas. No entanto, rins com até 48 horas de retirada do corpo original já foram implantados com sucesso, quando preservados adequadamente.


A cirurgia do receptor


A cirurgia do receptor é a mesma, ligeiramente modificada da descrita por Merril e colaboradores em 1956 para o primeiro transplante renal realizado entre humanos que teve bom resultado. Em nosso serviço, a incisão preferencial é a paramediana pararretal externa. Ela é feita sempre, que possível, do lado oposto ao do rim retirado do doador.Após a abertura da aponeurose e do afastamento da musculatura, o peritônio é rebatido para dentro, com exposição da fossa ilíaca e de seus vasos (veias e artérias ilíacas), que são vasos superficiais e de grande porte que vão permitir as anastomoses com os vasos do enxerto com relativa facilidade. No transplante renal, são realizadas três anastomoses principais: da veia e da artéria do rim doado aos vasos da fossa ilíaca do receptor; e do ureter do doador à bexiga do receptor.A anastomose da veia costuma ser feita de forma término-lateral na veia ilíaca externa ou na primitiva. A artéria renal é unida à hipo-gástrica (término-terminal) ou à ilíaca externa, ou à primitiva (término-lateral).No caso de existir mais de uma veia ou artéria, várias técnicas alternativas podem ser realizadas, sendo que a complexidade da cirurgia aumenta um pouco. Terminadas as suturas dos vasos, liberamos os clamps vasculares e imediatamente o rim revascularizado recupera a sua cor normal e começa a urinar.A reconstituição do trato urinário é então realizada reimplantando o ureter na bexiga. Existem várias técnicas alternativas, porém, a descrição detalhada fugiria um pouco da intenção deste trabalho.Uma vez terminadas as anastomoses, é feita uma revisão detalhada do campo operatório e a ferida é fechada por planos Uma pergunta comum é o que se faz com os rins nativos.Normalmente, se eles não apresentam problemas atuais que possam comprometer o transplante, como infecção em rins pielonefríticos ou massas muito volumosas em rins policísticos, os rins nativos não são retirados, permanecendo em seus locais.

Pós-operatório


Terminada a cirurgia, o paciente é levado ao setor apropriado, onde possa ser acompanhado de perto, já que pode urinar em grandes volumes. Nesses primeiros dias, o paciente necessita hidratação venosa adequada para não desidratar. Normalmente, colocamos esses pacientes em Unidades de Terapia Intensiva por pelo menos dois dias. Os imunossupressores já são iniciados na véspera, devendo permanecer por toda a vida.Existe hoje uma variedade grande de medicamentos para evitar a rejeição e que são escolhidos de acordo com o paciente. Quando, por algum motivo, o paciente demora a voltar a urinar, é preciso, às vezes, fazer hemodiálise até que o rim volte a funcionar.Esses pacientes vão, aos poucos, voltando à sua vida normal. Não podem esquecer, porém, de que estarão sempre sujeitos à rejeição ou a complicações infecciosas inerentes a um paciente imunodeprimido e, por consegüinte, deverão ser sempre acompanhados por seu nefrologista e pelo urologista.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS


Doei um rim há quse um ano atrás, e quando vejo minha mãe vivendo uma nova vida, pode parecer pretensão, mas me sinto uma heroína, é como se literalmente eu tivesse sido tocada pelas mãos de Deus. Se as pessoas soubessem o quanto essa sensação é maravilhosa, o quanto nos sentimos mais espiritualizados. Defendo com unhas e dentes a doação de órgãos, doei um de meus rins, em breve irei me cadastrar como doadora de medula óssea, e quando Deus me chamar quero que meus órgãos sejam doados. A humanidade só evoluirá quando cada ser humano se colocar no lugar do outro, quando deixarmos de lado nossos medos e vaidades e arregaçarmos as mangas em prol daqueles que tanto sofrem. Me perguntam se a cirurgia dói muito. O que dói é ver uma pessoa morrer aos poucos. Por isso, peço humildemente nesse pequeno espaço, que as pessoas reavaliem suas atitudes, conversem com seus familiares e deixem muito bem claro que são doadores. E para aqueles que pretendem doar um rim, medula ou sangue, tenho um conselho: VÃO EM FRENTE!!!!NÃO HÁ SENSAÇÃO MAIS PLENA , MAIS COMPLETA. DOAR NOS FAZ FICAR MAIS PERTO DE DEUS!